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CONSTRUÇÃO CIVIL E O MEIO AMBIENTE

A construção civil é responsável por entre 15% a 50% do consumo dos recursos naturais extraídos. No Brasil, 220 milhões de toneladas de agregados naturais são utilizadas anualmente somente na produção de concreto. Em volta das grandes cidades, areia e agregados naturais começam a ficar escassos, inclusive graças ao crescente controle ambiental da extração das matérias primas. Na nossa cidade a areia natural, em sua grande maioria, viaja distâncias superiores a 100 km, elevando o custo deste material.

Vale lembrar que no ano passado a proibição de extração de areia em algumas regiões do Paraná comprometeu o fornecimento deste material e muitas obras tiveram atrasos no seu cronograma devido à escassez do mesmo.

Como evitar que isto ocorra novamente? A resposta está no processo de reciclagem e reutilização dos Resíduos da Construção Civil.

No Brasil, 90% dos resíduos gerados pelas obras são passíveis de reciclagem, sendo de extrema importância que tais resíduos retornem para a obra em substituição a novas matérias primas que seriam extraídas do meio ambiente. Reutilizando o material reciclado, diminuímos não só a extração de recursos naturais como também a emissão de CO2 e outros poluentes durante o processo de extração, tratamento e transporte dos agregados até o local das obras. O volume de aterros também diminui, aterros estes que muitas vezes são clandestinos e acabam obstruindo córregos e drenagens, colaborando em enchentes e trazendo diversos danos e gastos públicos na sua retirada e correto endereçamento do entulho.

Para viabilizar a reciclagem e reutilização, o primeiro passo é fazer a triagem e segregação entre as diferentes classes de resíduos.

Os resíduos “Classe A” – concreto, argamassa, alvenarias e componentes cerâmicos – podem ser reciclados na própria obra, passando por uma usina de reciclagem de menor porte. Neste processo, transformam-se em agregados mais ou menos graúdos, e de acordo com a granulometria podem ser utilizados na fabricação de argamassas de assentamento e revestimento, na fabricação de concreto sem função estrutural ou ainda na pavimentação.

Como agregado para a confecção de argamassas, deve ter uma granulometria semelhante à da areia. As vantagens incluem a eliminação de custos com transporte, a redução no consumo do cimento e da cal e ganho na resistência a compressão das argamassas. Deve-se controlar a quantidade de finos presente no entulho moído para evitar problemas de fissuração.

Economicamente falando, o processamento do entulho é um pouco mais caro do que o descarte em caçambas. Entretanto, se considerarmos o preço da areia que a obra deixa de comprar, o resultado para as construtoras é positivo, sendo que a economia oscila entre 5% e 10%, de acordo com Alexandre Britez, gerente de qualidade, desenvolvimento tecnológico e meio ambiente da Cyrela.


Classe A: Resíduos reutilizáveis ou recicláveis comoagregados, tais como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

b) de construção, demolição, reformase reparos de edificações, tais como componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/oudemolição de peças pré-moldadasem concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteirosde obras.


Classe B: Resíduos recicláveis para outrasdestinações, tais como plásticos, papel,papelão, metais, vidros, madeiras e gesso.


Classe C: Resíduos para os quais não foramdesenvolvidas tecnologias ou aplicaçõeseconomicamente viáveis que permitam asua reciclagem ou recuperação, como por exemplo, a lã de vidro.


Classe D: Resíduos perigosos oriundos do processode construção, tais como tintas, solventes,óleos, vernizes e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas,instalações industriais e outros, bem comotelhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtosnocivos à saúde.

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